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O jazz de Nelson Faria Quarteto marca o penúltimo dia do FIMUS

Ascom FIMUS

20 de jul. de 2024

O recital também contou com a participação da Orquestra da Câmara da UFCG

Neste sábado (20), o grupo Nelson Faria Quarteto, composto por Nelson Faria (guitarra), Misael Silvestre (piano), Oswaldo Amorim (baixo) e Pedro Almeida (bateria), esteve no Teatro Severino Cabral para apresentar-se no XV FIMUS e 8º FIMUS Jazz.


O convite para participar do Festival foi feito ao guitarrista do grupo, Nelson Faria. “Eu fiz toda a minha vida e carreira no Rio de Janeiro. Agora, sessentão, resolvi voltar para Brasília. Lá, procurei os músicos e acabei montando esse quarteto. Inicialmente, comecei a tocar com Oswaldo que me apresentou os outros dois, o Misael e o Pedrinho, e a gente tem tocado direto. Fiquei feliz em poder trazer eles aqui”, contou o guitarrista.


O repertório da banda inclui clássicos como Eu sei que vou te amar, de Tom Jobim, bem como obras autorais do próprio Nelson Faria. Para ele, o processo de criação dos arranjos é como um exercício de técnica: “Eu vou encontrando as coisas que eu quero falar através da música”, disse o músico e fundador do quarteto. Ele acrescenta que a criação de uma música é como parte de seu ofício e não depende apenas da inspiração: “Se o cara me encomenda uma trilha para uma propaganda, eu tenho que sentar e fazer, não tem que ficar esperando a inspiração, mas, às vezes, tem alguns ganchos que te empurram para o fluxo criativo, aí você pode dizer que você está inspirado. Foi o caso do nascimento da minha filha e o falecimento do Bennett”, esclareceu. 


Outro ponto importante ressaltado por Nelson, foi a semelhança entre as raízes do jazz e da música clássica, além da forma como esses ritmos se encontram em outras composições sonoras como o samba, a bossa nova e o MPB. “A parte rítmica da música brasileira tem influências da africana e a parte harmônica do jazz e da música brasileira vem da música erudita. Por exemplo, o prelúdio de Chopin e a música Insensatez do Jobim são totalmente conectadas. Essa fronteira entre a música clássica e a música popular é uma bobagem. Música é música”, fala o compositor.


Nessa conexão de gêneros musicais, o estudante de música da UFCG, Eliaquim de Lima Gomes, que participou do recital com a Orquestra da Câmara da UFCG, teve a chance de tocar junto do grupo de jazz, improvisando ao violino durante a interpretação de Vera Cruz, de Milton Nascimento. “Isso foi incrível e só tenho a agradecer pela oportunidade. Foi a primeira vez que fiz um improviso assim com jazz. Adoro ouvir Tom Jobim e Erik Satie, que compôs Gymnopédies para piano, obra cuja harmonia assemelha-se ao jazz”, contou o violinista de 18 anos de idade.


Ascom FIMUS: Julia Nunes (Reportagem), Sara Kely e Julia Nunes (Fotografia), Luana Nunes (Produção), Karla Nóbrega e Giseli Sampaio (Edição)

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